Saúde…direito fundamental da pessoa humana!

OMS / WHO

A “Organização  Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”.

A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana, que deve ser assegurado sem distinção  de raça, de religião, ideologia política ou condição  sócio-econômica. A saúde é, portanto, um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos.

No passado (1960), a saúde era a perfeição  morfológica, acompanhada da harmonia funcional, da integridade dos órgãos e aparelhos, do bom desempenho das funções vitais; era o vigor físico e o equilíbrio mental, apenas considerados em termos do indivíduo e ao nível da pessoa humana. Hoje, ela passou a ser considerada sob outro plano ou dimensão; saiu do indivíduo para ser vista, também, em relação  do indivíduo com o trabalho e com a comunidade.

No que diz respeito ao indivíduo, quanto ao seu bem-estar físico, deve-se referir que não há saúde de órgãos porque a saúde é total, é o todo.

Assim como não existem doenças estritamente locais, não há também “saúde local”.

O lado psíquico da saúde cresceu de importância na época agitada em que vive o  mundo. Inquietudes, pressa, ansiedade, incertezas, indagações perante os fatos da vida, particularmente da vida econômica, trepidação, desgaste constante de energias mentais, etc., levam o indivíduo ao cansaço e a sofrimentos psicossomáticos.

É preciso, porém, para o perfeito equilíbrio neuro-psíquico, que o homem esteja bem adaptado as condições de vida, dentro do ambiente em que vive; que haja entendimento, equilíbrio, tolerância, compreensão dos indivíduos entre si, pois a “Mente e o Corpo Sãos” não permanecerão sadios, por muito tempo, em ambiente agitado, adverso, tumultuoso e intranquilo.

A necessidade de higiene mental é universal; é para todos. Para os efeitos da vida econômica e as reclamações da vida social, a noção  de saúde mental é a de respostas psíquicas ajustadas, de boa adaptação, de “relações humanas” satisfatórias na família, no trabalho e na comunidade.

Saúde representa, por isto, um bem-estar social. A “saúde social (bem-estar social) é aquela resposta ou ajustamento as exigências do meio, e depende fundamentalmente das condições socio-económicas do agrupamento humano onde se vive, da distribuição  da riqueza circulante, da oportunidade que se oferece ao indivíduo para que tome parte no esforço organizado da comunidade. A “saúde social” é mais coletiva que individual. Onde há miséria, fome e ignorância; onde é grande a competição  da luta pela vida; onde há compreensão entre os homens; onde o desenvolvimento e a economia não oferecem oportunidades a todos; onde o clima político sufoca os direitos essenciais da pessoa humana e a liberdade do homem foi suprimida para que o domínio de alguns se exerça sobre a comunidade; enfim, onde não há bem-estar social, a saúde física e a saúde mental descompensam e são afetadas com repercussões a longo tempo.

O homem é um ser social, por excelência; não pode viver só, por incapacidade.

A “saúde social” traduz-se na alegria de viver, no bem-estar físico, psíquico e econômico do indivíduo, relacionado a sua família e ao meio em que vive. “Ela não se revela na cota de imposto de renda, no cadastro bancário, no gozo da propriedade e no privilégio de prerrogativas político-sociais.

O que expressa a “saúde social” é o comportamento ajustado do indivíduo dentro da comunidade; é a aceitação  e o exercício corretos dos padrões de vida adotados por esta; é a eficiência do regulador, do legislador e sobretudo do político. É urgente o aparecimento de políticos, de legisladores e reguladores, com valores morais, éticos e sentido de responsabilidade social. Um país é o espelho destes três elementos (político, legislador, regulador), é o reflexo da sua conduta ética, do seu perfil, dos seus valores morais e ancestrais e sobretudo na sensibilidade em manter os direitos essenciais da pessoa humana e a sua liberdade. A supressão da liberdade humana e a saúde social depende única e exclusivamente da seriedade, do discernimento e do bom senso deste trio (político, legislador, regulador).

É extremamente importante que o indivíduo (político, legislador e regulador) esteja bem integrado na ordem e no esforço organizado da comunidade, sinta a necessidade de resolver os problemas fundamentais do seu povo; é a participação  inteligente e interessada no bem-estar físico-social e psíquico, procurando encontrar soluções para as necessidades sociais, de todos os cidadãos; é manter boas relações humanas; é ser livre; é ser feliz; é ser consciente de suas responsabilidades; é sentir a necessidade de governar bem, legislar bem e regular bem.

Em pleno Séc. XXI, de uma noção antiga de saúde, estática e formal, chega-se, agora, a uma outra noção  de saúde – dinâmico-social e sócio-económica -como resposta do indivíduo as condições do meio onde vive, resposta esta que deve ser analisada sob três planos ou dimensões: saúde física, saúde mental e saúde social.

Fonte inspiradora: Medicina Tropical